OS DESAFIOS DO EMPREENDEDORISMO FEMININO

25 de Setembro de 2020

Empreendedorismo é uma arte, que depende de uma técnica e de um líder. Resta à mulher arriscar, errar, corrigir seus erros e conquistar seu território.


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¹ Flávia Moreira 

“Empreendedorismo é uma arte, que depende de uma técnica e de um líder. Resta à mulher arriscar, errar, corrigir seus erros e conquistar seu território.”

 

As estatísticas comprovam que o número de mulheres que empreendem no Brasil estão bem abaixo do número de homens empreendedores. Todavia, isso não se deve, somente, ao  posterior ingresso das mulheres no mercado de trabalho, em uma comparação com os homens. Existe um tratamento discriminatório em relação às mulheres empreendedoras que perpassa  diversos meios da sociedade.

Os negócios comandados por mulheres ainda são, em sua grande maioria, de atividades próprias do universo feminino. Além disso, geram receitas bem menores do que os empreendimentos comandados por homens.

Mesmo com pesquisas comprovando que a adimplência dos compromissos financeiros pelas empreendedoras é bem superior a dos empreendedores, os bancos ainda restringem o crédito das mulheres, em detrimento dos homens, quando elas buscam linhas de financiamento e até mesmo o acesso ao microcrédito.

Nesse momento parece que os critérios de análise de crédito mudam, já que não basta às mulheres preencherem os requisitos financeiros para acessarem o tão sonhado capital para empreender.

Essencialmente criativas e com expectativas, geralmente, mais positivas, sobre o mercado e o universo do empreendedorismo, as mulheres brasileiras não desistem e continuam lutando para manterem suas empresas de portas abertas.

Não se pode esquecer que muitas mulheres são empreendedoras e atuam na linha de frente de grandes empresas, sem que seus nomes constem nos contratos sociais. Não são poucos os casos, que mulheres se aliam aos homens para dirigirem grandes negócios. Quer seja nas empresas familiares, quer seja nas mais diversas empresas informais espalhadas pelo território brasileiro.

Apesar de possuírem níveis de escolaridade superiores aos dos homens, via de regra, as mulheres ainda ganham menos no mercado, numa comparação entre os sexos. Mas por outro lado são essas mesmas mulheres, que estão à frente de pequenas, médias e grandes empresas.

O segredo para as mulheres superarem esses desafios para empreender no Brasil, é persistência. Não basta lutar por políticas igualitárias com uma economia capitalista que todos os dias desintegra ideologias de gênero. Afinal de contas, grandes resultados tornam a dicotomia dos gêneros irrelevante. 

A mulher precisa explorar mais sua força criativa, trabalhar de forma estratégica aplicando suas competências em atividades mais rentáveis. Abandonando as crenças limitantes de que uma empresa é uma fonte complementar de renda ou uma opção para quem não conseguiu um bom emprego.

Empreendedorismo é uma arte, que depende de uma técnica e de um líder. Resta à mulher arriscar, errar, corrigir seus erros e conquistar seu território.

Por fim, é preciso olhar o empreendedorismo, independentemente, das questões de gênero, como uma ferramenta de transformação social, pela geração de renda e de empregos, que sustentam o desenvolvimento econômico de uma nação. 

¹ Advogada especialista em direito tributário e gestão de negócios.